“(…) antipático, autocrático,
autoritário, individualista, obcecado por enriquecer às custas de terceiros,
que só pensa em dinheiro, etc.”.
(Saraiva,
2011)
Como
refere o autor, estas são algumas das caraterísticas que, erroneamente, a
sociedade emprega ao perfil do empreendedor, isto é, ainda existe um vínculo
negativo à nossa perceção sobre este agente. Com efeito, muito há a fazer neste
contexto de modo a alterar este conjunto de perceções.
Porém,
o mesmo autor refere que:
“São
os empreendedores que, em última análise, lideram a criação de valor, postos de
trabalho, desenvolvimento económico/social (…)”.
Tendo
em conta esta referência, a importância do empreendedorismo e,
consequentemente, do empreendedor é incomensurável. Todavia, Portugal ainda é
um país que “penaliza” a atividade empreendedora, dando pouco (ou nenhum)
espaço para se falhar, tornando os portugueses um dos povos com maior aversão
ao risco no momento de empreender (GEM, 2010).
“ (…) the entrepreneur is the man who gets new things done.”
(Joseph
Schumpeter, 1934)
Á
luz da literatura e investigação científica existentes na área é possível
definir (não completamente) o perfil do empreendedor através de pontos comuns
entre os mesmos.
Apresenta-se
um pequeno quadro com algumas referências relativamente ao que é ser um
empreendedor, ou melhor, como se comporta um empreendedor:
Autor,
data
|
Referência
|
Ferreira, Santos e Serra (2010)
|
Ser empreendedor é: 1) tomar
iniciativa para criar algo novo; 2) despender tempo e esforço para garantir o
sucesso; 3) não olhar apenas a recompensas financeiras, mas também de
independência, reconhecimento social e de realização pessoal; 4) assumir
riscos: financeiros, psicológicos, sociais e emocionais.
|
Saraiva (2011)
|
As caraterísticas de um empreendedor
passam por: 1) ter ousadia (saudável), sabendo lidar com riscos calculados;
2) possuir um sentimento de responsabilidade individual e social apurado; 3)
capacidade de iniciativa e criatividade; 4) espírito sonhador/concretizador o
q.b.; 5) ser capaz de mobilizar e gerir recursos humanos (pessoas); 6) boa
capacidade anímica e de resistência à frustração, sendo resiliente e
persistente.
|
Pode-se,
inversamente, contribuir de alguma forma referindo as caraterísticas que as
pessoas que as têm, dificilmente podem pensar em ser empreendedoras: 1) um
conjunto de rotinas, 2) cumplicidade com hierarquias e definição rígida de
objetivos e 3) elevado grau de segurança e previsibilidade quanto ao futuro
(Saraiva, 2011).
“Testes à nossa capacidade empreendedora”
A
realização destes testes, em primeiro lugar, não pode vincular rigidamente a
apetência (ou falta dela) das pessoas para a atividade empreendedora. Apenas
serve para se perceber quais os pontos fortes e fracos relativamente às
competências que são reconhecidamente pertinentes para este tipo de atividade.
Dito
isto, passa-se a apresentar alguns testes, sendo que os primeiros incidem sobre
a personalidade e inteligência emocional, algo que deve estar bem presente num
empreendedor.
Apresenta-se,
agora, um exercício sugerido por Saraiva (2011) na sua obra: ”Empreendedorismo”.
-2
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-1
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0
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1
|
2
|
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Segurança
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Aventura
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Orientação
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Autonomia
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|||||
Solidão
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Interação
|
|||||
Estabilidade
|
Mudança
|
|||||
Rotina
|
Imprevisto
|
|||||
Indecisões
|
Decisões
|
|||||
Tranquilidade
|
Responsabilidade
|
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Ordenado garantido
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Partilha de resultados
|
Auto-avaliação sumária de
identificação com perfil de vida de empreendedores
Na
obra: “Ser empreendedor: pensar, criar e moldar a nova empresa”, os seus
autores recorrem a um teste desenvolvido por Hisrich e Peters (2004) que passo
a apresentar.
Em
resumo se o seu resultado for:
Menor que 13 pontos |
é melhor trabalhar por conta de outrem!
Entre 13 e 17 pontos |
apesar de não ser evidente, poderás ter um perfil empreendedor. Pensa bem!
Mais de 17 pontos
| possuis o impulso para te tornares um empreendedor!
Espera-se, com
este pequeno post, sensibilizar para
a importância da consciencialização de que ser empreendedor não é
necessariamente bom nem mau (Saraiva, 2011), mas se eventualmente um dia
pensarmos ser, podemos testar a nossa capacidade empreendedora através destas e
outras ferramentas que, como dito anteriormente, jamais devem limitar ou
impulsionar os nossos horizontes, mas penso nos oferece uma boa indicação.
Caso sintas a necessidade de aprofundar o
tema ou queiras ter acesso a ferramentas idênticas a esta entra em contacto
através do meu correio eletrónico: amorimruben@gmail.com
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