sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Educador/a Social e as novas medidas do RSI


“Quem quiser continuar a receber o rendimento social de inserção (RSI) será obrigado a trabalhar até três dias por semana em instituições de solidariedade social (misericórdias, mutualidades, IPSS) e autarquias”.

(Diário de Notícias – 24 de Agosto de 2012)

Alguns dados da medida:

- O tempo médio que os beneficiários usufruíam do RSI aumento de 8 meses (2004) para 32 meses (2011). 
- As tarefas a desempenhar pelos beneficiários irão desde atividades de jardinagem, passando por pequenas reparações ou obras, até ao apoio em atividades culturais ou bibliotecas e arquivos municipais.
- Quem recusar o trabalho perderá de imediato o direito ao subsídio.

A minha opinião como Técnico Superior de Educação Social

O termo obrigar a trabalhar é demasiado pesado para o objetivo desta medida. No entanto, é sabido que alguns beneficiários olharão para esta ação como uma punição mas, certamente, existirão outros que verão uma oportunidade.
Seria mais oportuno e motivador substituir o termo “obrigar” por “dar oportunidade” que, no fundo, o Ministro Pedro Mota Soares refere ao dizer:

“Queremos um verdadeiro contrato de inserção”.
 (…) “Quanto mais integrado estiver o cidadão, mais facilidade terá em criar redes de ligação com ofertas de emprego e oportunidades que venham a surgir”.
Esta medida peca por tardia e por apenas ser implementada em tempos de crise. É uma medida que vem contrariar um paradigma assistencialista que em nada favorece o beneficiário e que retira do estado uma responsabilidade social.
Como tal, esta medida deve ser introduzida se existir alguém que oriente o beneficiário. Alguém que o motive, que lhe permita reunir competências (fruto da sua vontade e empenho) fundamentais para construir o seu projeto de vida. Esse profissional é o Técnico Superior de Educação Social. Uma espécie de treinador para a vida (coach) que pode assumir-se como um mediador entre o beneficiário e o Estado e que assume uma posição de horizontalidade e acompanha as pessoas no terreno e nos seus problemas.

Conclusões:

1)      O Estado terá de ser uma figura que reúna e coloque à disposição dos beneficiários as ferramentas para os próprios olharem o futuro com positividade e igualdade de circunstâncias.
 
2)      O RSI é um subsídio muito complexo. É uma medida que envolve os beneficiários e os seus projetos de vida (ou ausência deles). Nesta perspetiva é fundamental que se olhe para esta situação como uma oportunidade para melhorar o atual papel do Estado perante aqueles que precisam que os ajudem e não que os exclua com medidas nada proveitosas para a sociedade e para os próprios beneficiários.
(Gostou do Artigo? Clique numa publicidade =) )

Sem comentários:

Enviar um comentário