A Educação Social, apesar de relativamente recente (pelo menos comparativamente com outras áreas), assume já um papel muito importante nos mais variados contextos. Concomitantemente, a pouco e pouco, as pessoas vão reconhecendo a categoria profissional, muito devido ao esforço de muitos(as) Técnicos (as) Superiores de Educação Social já no terreno e, inequivocamente, graças à união de muitos deles em associações já existentes.
Em Portugal e em toda a Europa tem-se verificado um envelhecimento da população, derivado a imensos factores. Desde já se destaca o aumento da esperança média de vida, segundo o PNUD (2004), 73,4 para os Homens e 80, 4 para as Mulheres (valores referentes a 2002), com tendencias a aumentar.
Esta evolução deve-se à melhoria das condições sanitárias, bem como o melhoramento da qualidade dos serviços de saúde e da sua respectiva evolução.
Contudo, o envelhecimento da população não se deve, exclusivamente, a estes nobres factores. Existem uma série de factores que exercem um movimento antagónico ao nível demográfico. Destaca-se, segundo o PNUD (2004), a baixa taxa de fecundidade (1,42) que, inequivocamente, contribuí para o desiquilibrio da pirâmide demográfica contemporânea.
Perante este cenário, é emergente que se adoptem um conjunto de políticas sociais de modo a dar respostas adequadas e de qualidade a este tipo de população. Não menos importante, é manter e, se possível, melhorar as políticas sociais já em vigor, criadas recentemente devido às necessidades evidenciadas.
Todavia, a maior mudança que terá de suceder é, incomensuravelmente, a de mentalidade da sociedade. Este é um ponto fulcral e em muito tem contribuído um ramo da Gerontologia, a Gerontologia Educativa (também denominado de Gerogogia e Gerontogogia).
Depois desta breve introdução importa enquadrar o papel profissional do Técnico Superior de Educação Social, através de um conjunto de experiências, numa estrutura residêncial para idosos.
Confesso que, inicialmente, parti à descoberta desta questão: "Que mais-valias posso eu, como Educador Social, levar para uma instituição desta indole?".
É claro que trazia na minha rectaguarda académica algum conhecimento, no entanto, penso que cada institiução carece de diferentes necessidades (apesar das necessidades transversais e inerentes a este tipo de intituições).
Apesar de este ser um trabalho inacabado (assim o espero) penso que é fundamental reflectir acerca da questão anteriormente referida.
Uma das inerências da Educação Social é que a própria realidade social é dinâmica e mutável, sobretudo numa população onde a heterogeneidade cultural, social e económica se manifesta com enorme evidência. Concretamente, assume-se a imperatriz de que a intervenção com a população idosa deve ser personalizada e individualizada, atendendo à especificidade de cada individuo, pois cada um deles teve (e continua a ter) vivencias diferentes, ao longo de toda a vida.
Pois bem, existe uma série de considerações acerca desta faixa-etária. Seria necessário citar diversos autores que têm contribuído para a mudança de paradigmas de abordagem aos idosos. Contudo, passo a destacar, segundo a minha opinião, as áreas de intervenção do Técnico Superior de Educação Social numa valência deste carácter:
Relativamente aos idosos (utentes/clientes).
- Acompanhamento das Actividades de Vida Diária (AVD's) (visando a promoção da autonomia do indivíduo);
- Gestão de conflitos (numa perspectiva de promoção da sociabilidade e "saúde"" social);
- Dinamização da ocupação dos tempos livres (com intuito de uma intervenção exclusivamente socio-educativa. Educador diferente de Animador);
- Educar para a Saúde (reforço da hidratação, alimentação, hábitos de vida saudáveis).
- promoção da educação permanente e ao longo de toda a vida, através das mais variadas acções.
- Desenvolver competências socias.
Relativamente aos restantes recursos humanos (Auxiliares de Acção Directa, entre outros).
- Sensibilização para uma mudança de paradigma inerente ao envelhecimento;
- Incentivo á (in) formação contínua nos mais diversos âmbitos de intervenção;
- Educar para a melhroria dos comportamentos desajustados (conforme vão surgindo no quotidiano laboral).
Relativamente aos elementos Directivos;
- Sensibilizar/orientar a organização para a qualidade.
Seria um erro admitir são estas as únicas e exclusivas intervenções numa valência desta natureza. Contudo, este documento visa ser alterado em conformidade com o aumento das experiências por mim adquiridas, bem como das que os caríssimos (as) colegas me fizerem chegar.
Cada uma destas áreas de intervenção serão discutidas noutros tópicos.
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