sábado, 17 de julho de 2010

A importância da Ocupação dos Tempos Livres

Artigo disponível na integra no e-book
"O Educador Social nas Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas"
(pode solicitar o e-book CLICANDO AQUI)


O tempo livre deve ser alvo de estudo por parte de todos os técnicos que trabalham com idosos, uma vez que esta população dispõe apenas de tempo livre durante o dia.

Enquanto as crianças, jovens e adultos despendem uma parte do seu tempo “não livre” a brincar, a estudar e a trabalhar, respectivamente, os idosos incluem na sua agenda um grande número de horas livres no seu dia-a-dia.
“La sociedad nos há educado para estudiar, trabajar, realizar actividades en casa, pero poco se há dedicado a aprender a llenar y a utilizar el tiempo libre del que dispone con actividades gratificantes”.

De facto este é um dos grandes obstáculos na educação de pessoas idosas, utilizar o seu tempo livre na realização de actividades enriquecedoras sob o ponto de vista social e cultural.

No Larousse diz-se que “loisir” são as ocupações ou distracções nas quais que se realizam espontaneamente, durante o tempo que não é absorvido pelo trabalho corrente. Contudo, existem autores que defendem uma definição algo mais abrangente de tempo livre. Para Dumazedier “es un conjunto dinámico e complejo de ocupaciones voluntariamente empleadas en relajarse y divertirse, o para desarrollar la participación social, les gustos, los conocimientos o aptitudes después de haberse liberado de las obligaciones profesionales, familiares y culturales; no es sólo lo que resta del trabajo, es hacer algo.”

No fundo, para este autor, o tempo livre é mais do que a realização de actividades fora do trabalho, como está implícito no Larousse. Para o autor, o tempo livre assume uma importância irredutível, tal como é importante trabalhar.
Contudo, a ocupação dos tempos livres variam com a posição financeira, a classe social, a cultura e educação, bem como a saúde e hábitos de vida. Estes factores condicionam bastante os interesses e expectativas dos idosos em relação à ocupação de tempos livres, sobretudo pela cultura e hábitos que possuem. A maior parte dos idosos e grande parte da sociedade sobrevaloriza o trabalho e menospreza a importância da qualidade das actividades realizadas nos seus tempos livres.


“Pues son tan importantes y formativas las actividades que se realicen durante este tiempo libré, como las que se efectúan durante el tiempo de trabajo”.
No que respeita especificamente às pessoas idosas, a passagem de maior parte do tempo dedicado ao trabalho para um maior tempo livre, ocorrem mudanças significativas, nomeadamente:

• Termina a fonte de relações sociais criadas no trabalho, pelo menos de uma forma tão intensa;
• Reduz-se o salário e diminui o poder económico;
• Produz-se uma contradição entre tempo livre e tempo de trabalho, condicionado pela diminuição do poder de compra, logo, tem de existir uma nova gestão de aquisições;
• Criam-se situações e sensações de solidão;
• É fácil cair em estados depressivos, e, fundamentalmente:
• “Hay que aprender a valorar el tiempo libré y aprovecharlo. Se requiere, para ello, una preparación previa a la jubilación”.

Em jeito de conclusão importa referir que existe uma longa acção educativa a desempenhar na nossa sociedade em relação a esta temática.

Todavia, actualmente, o trabalho é cada vez mais importante para o desenvolvimento e sustentabilidade das sociedades modernas. Trabalha-se cada vez mais horas por dia e a carreira profissional é a prioridade para os indivíduos.

Existe uma grande assimetria entre as boas práticas aprendidas e as necessidades da nossa sociedade, i.e., as pessoas são praticamente obrigadas a seguir um caminho, ainda que tenham consciência que o podiam realizar com mais harmonia.

Sensibilizar é conseguido, no entanto, o mais complicado é produzir mudança, mudar comportamentos. Neste âmbito o trabalho é árduo mas não impossível e gratificante.
É fundamental educar desde a infância na ocupação de tempos livres, criando hábitos saudáveis nas crianças pois elas serão o futuro e ditarão a mentalidade do amanhã.

BIBLIOGRAFIA:
PILAR, G. (S/D). Tercera Edad, actividad física salud. Teoría y prática. Editorial Paidotribo. Barcelona.


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