quinta-feira, 26 de março de 2015

Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas no Luxemburgo


No caso das estruturas residenciais para pessoas idosas (ERPI) no Luxemburgo, constatei algumas semelhanças, o que é natural, mas também algumas diferenças. A instituição visitada chama-se SERVIOR (http://www.servior.lu/fr/services/sites/cipa/esch_alzette) e é um centro de integração para pessoas idosas, sita na cidade de ESCH. Os pontos que vou abordar são: infraestruturas, organização, recursos humanos e mentalidade. 
Infraestruturas
Curiosamente, a este nível, as diferenças não são muito significativas, isto porque comparando o melhor de Portugal (estruturas recentes e modernas) e a realidade daquele país (instituição que visitamos), podemos inferir que são até muito similares. Convém, porém, não esquecer que muitas ERPI´s em Portugal se encontram em condições muito precárias, fruto dos anos de existência e ausência de investimento.
Existem algumas especificidades muito interessantes, nomeadamente:
·         Praticamente todas as portas são elétricas e automatizadas;
·         Todos os residentes têm uma pulseira de localização;
·         Todas as portas têm um código para serem abertas;
·         O refeitório é um verdadeiro restaurante, com diversas ementas …
O que pretendo transmitir neste ponto é que, neste âmbito, a situação parece equilibrada entre os dois países, não obstante, os pontos seguintes apresentam mais diferenças … 

Organização
Quando decidi abordar este tema foi, fundamentalmente, com o intuito de tentar transporta-vos para aquela realidade. Vou apresentar alguns relatos do que tiver a oportunidade de visualizar.
Os residentes são “integrados” em grupos homogéneos para que se possam trabalhar competências mais direcionadas. Por exemplo, pessoas com mais limitações permanecem num espaço próprio, com cozinha, onde eles desenvolvem atividades específicas e são acompanhados por diferentes técnicos adaptados às suas necessidades.
No interior da ERPI visitada, existem vários produtos/serviços que são disponibilizados aos residentes, tais como cabeleireiro, esteticista, uma pequena mercearia, entre outros. Isto cria uma dinâmica interessante, uma vez que confere um maior dinamismo ao quotidiano da residência.
Recursos humanos
Bem, neste ponto é que a realidade é totalmente desfasada e até impressionante. No Luxemburgo existe, por exemplo, 1 Educador Social (Educateur Gradué) por cada 4 residentes. Os gabinetes técnicos são uma realidade e parecem, efetivamente, funcionar de modo adequado. Chegamos a visualizar, em cada espaço, por vezes, mais colaboradores do que pessoas idosas.

Mentalidade
Abordo a questão da mentalidade pois é nela que constatei existir grande qualidade da intervenção, como não poderia deixar de ser...
O foco do Educador Social naquela instituição está na promoção da autonomia da pessoa idosa, no respeito pelos seus direitos e pela sua dignidade. Não pretendo afirmar que em Portugal se passa o contrário. Não. De todo. Apenas quero transmitir a ideia que este pensamento, esta mentalidade, não depende exclusivamente do Educador Social, mas sim de toda a equipa de colaboradores, incluindo a Direção da mesma …
Será que isto acontece?
São as pessoas que criam a mentalidade e é aqui que temos a aprender com o Luxemburgo e as suas práticas …
No entanto, acredito que, como Educadores Sociais, este seja um dos nossos focos, um dos nossos propósitos! É para isto mesmo que existimos!
Ruben Amorim 
  

Sem comentários:

Enviar um comentário